Name: | Description: | Size: | Format: | |
---|---|---|---|---|
483.93 KB | Adobe PDF |
Authors
Advisor(s)
Abstract(s)
A antropologia começou por criar e se centrar no conceito de cultura como
património de grupos, aquilo que lhes permite sobreviver socialmente. Todavia, esta
disciplina não ficou indiferente a ideias de cultura humanísticas e artísticas, aos
resultados sociais das suas produções materiais e simbólicas. Na primeira década do
século XXI é já inequívoco o uso polifónico deste conceito e o seu carácter fluído e
dinâmico na forma como abarca realidades e processos de organização e
representação social muito diversificados, para onde confluem em simultâneo
significações que pareciam autónomas e até mesmo contraditórias. Este texto procura
essencialmente problematizar fenómenos que se encontram no confluir das várias
significações que a «cultura» pode assumir, mantendo e usando essa mesma
ambiguidade que a noção de cultura transporta em si. Começamos por abrir a
discussão com o alerta para as dificuldades que esta polifonia do conceito pode
colocar aos meios da representação social nos espaços complexos da arte e da cultura.
Depois, passamos a explorar um exemplo etnográfico, no contexto da América
Latina, que evidencia como a produção simultânea das várias dimensões da cultura
está, ela mesma, a ser socialmente configurada e produzida por pessoas e grupos de
periferias urbanas pobres. Exemplos como o do Grupo Cultural AfroReggae do Rio
de Janeiro parecem antecipar imaginários complexos para pensar o futuro próximo da
gestão de fenómenos culturais e sociais. Mas trazem consigo alguns riscos. A eles
voltamos no final.
Description
Keywords
Cultura Organização Antropologia