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- Estimulação multissensorial para potencializar a memória em pessoas na adultez avançada com traços de declínio cognitivoPublication . Oliveira, Raquel da Silva Lima de; Santos, Maria João Sousa Pinto dos; Barbeiro, Luís Filipe TomásNas últimas décadas, o estudo do desenvolvimento humano, muito em particular os estudos em neurociência e as descobertas sobre a plasticidade cerebral (Schlindwein-Zanini, 2010) permitiram perceber que este desenvolvimento é um processo que acompanha o ciclo de vida da pessoa. Assim, em todas as fases do desenvolvimento humano é possível estimular funções, como a linguagem, atenção, a memória, usando um programa de treino dessas capacidades. Paulo Baltes (1987) traz importantes considerações a partir de suas pesquisas sobre habilidades, limites e possibilidades de mudanças de pessoas na adultez avançada. O autor afirma que enquanto existe vida, existe plasticidade e a potencialidade perante a experiência (o treino), pelo que é possível desenvolver capacidades. Neste estudo concreto falamos de capacidade cognitiva. O objetivo deste estudo é analisar os resultados de um programa de estimulação multissensorial em pessoas na fase da adultez avançada com traços de declínio cognitivo. Com a nossa pesquisa, queremos trazer uma proposta de intervenção junto de um grupo de pessoas na fase da adultez avançada com alguns traços de demência resultante de doença, em declínio cognitivo, especificamente ao nível da memória. Esta proposta consistiu na dinamização de dez sessões de intervenção em grupo, duas vezes por semana, com duração de uma hora, durante um período um pouco superior a um mês. O programa engloba atividades de estimulação multissensorial para a memória com estímulos claros e estratégias que implicam a transferência de aprendizagem. Participaram neste estudo cinco adultos: dois do sexo feminino e três do sexo masculino, com idades compreendidas entre os 78 e os 94 anos. Para a análise, optámos por uma metodologia mista qualitativa (Sousa & Baptista, 2006) e quantitativa (Bell, 2004). Os instrumentos utilizados para à recolha de dados foram o Mini Mental State Examination, o Índice de Barthel, o Dossiê de Saúde e o Diário de Bordo. A análise dos dados quantitativos evidenciam que há efeitos benéficos da intervenção multissensorial em termos de memória, desenvolvimento e manutenção da capacidade cognitiva a partir do treinamento cognitivo (Zimerman, 2000). À luz da análise de conteúdo, identificamos como os principais contributos deste programa de estimulação: as evoluções nas competências cognitivas, o aumento da rapidez e autonomia na execução das atividades, o progresso na retenção de palavras e memória, a interação e o bem-estar social (Santos e Paúl, 2006).