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- Nutritional and sensory quality of wild and enhanced sea urchin roe, Paracentrotus lividus (Lamarck, 1816)Publication . Bacalhau, Natacha Alexandra Moreira; Pombo, Ana Margarida Paulino Violante; Ganhão, Rui Manuel ManetaAs gónadas de ouriços-do-mar têm sido consideradas cada vez mais uma iguaria na Europa ocidental, tal como já acontecia nos países asiáticos, especialmente no Japão. O elevado valor comercial e a crescente procura têm causado o declínio dos stocks naturais de ouriços-do-mar, como o caso de Paracentrotus lividus (Lamarck, 1846) na Europa. Assim sendo, tem se notado um crescente interesse na aquacultura destes organismos nas últimas décadas. Uma das estratégias é o melhoramento das gónadas através da recolha de adultos, posteriormente mantidos em cativeiro e alimentados com algas ou dietas artificiais, com o objetivo de melhorar o tamanho e qualidade das suas gónadas. Embora vários estudos já tenham comprovado que as dietas artificiais são eficazes em promover o crescimento das gónadas, pouca investigação foi feita com foco na qualidade gonadal. Além do tamanho, a cor, a textura e o sabor são também fatores determinantes relativamente ao valor comercial e à aceitação do produto. Este estudo teve como principal objetivo avaliar a qualidade nutricional e sensorial das gónadas de P. lividus selvagem e melhorado em cativeiro. Para tal, foram recolhidos indivíduos adultos na costa de Peniche (Portugal), que foram mantidos em sistemas de recirculação (RAS), durante 12 (Aqua1) e 6 semanas (Aqua2). Foi administrada, diariamente ad libitum, uma dieta gelificada composta por vegetais terrestres (milho, espinafre, abóbora). No fim de cada ensaio foram realizadas análises biométricas, histológicas, texturais, bioquímicas e sensoriais nos animais selvagens e de cativeiro. O IG foi maior nos selvagens (10 %) do que nos de aquacultura (Aqua1 - 4.90 ± 2.01 %; Aqua2 - 8.59 ± 6.68 %). O ensaio Aqua1 terminou com 50 % dos indivíduos prematuros que é o estádio gametogénico ideal para consumo, enquanto Aqua2 terminou com apenas 30 %. Ambos os ensaios conseguiram produzir gónadas firmes e resilientes, semelhantes aos selvagens. O conteúdo proteico, lipídico e de carotenoides foi superior nas gónadas de Aqua1, contudo as gónadas de Aqua2 apresentaram um melhor rácio ω3/ ω6. No geral, a composição bioquímica foi semelhante entre selvagens e de aquacultura. Os perfis sensoriais não diferenciaram entre ensaios, mas quando comparados com os dos selvagens detetou-se uma menor intensidade em termos de odor e sabor “a mar” e de sabor residual. A nível de cor obteve-se resultados promissores (“laranja vivo”), descartando assim uma das preocupações em utilizar dietas artificiais. As gónadas produzidas pelos dois ensaios foram bem aceites pelos potenciais consumidores e apresentaram menos variância em termos de qualidade, comparativamente às gonadas dos indivíduos selvagens.
- Effect of broodstock feeding on larval development of Paracentrotus lividus (Lamarck, 1816)Publication . Branco, Gonçalo Alexandre Martins; Pombo, Ana Margarida Paulino Violante; Ferreira, Susana Margarida de FreitasCom o crescente interesse de mercado por ovas de ouriço-do-mar (gónadas) para consumo humano, a atenção Europeia concentrou-se em Paracentrotus lividus (Lamarck, 1816). Esta espécie apresenta uma ampla distribuição nas costas Europeias, desde o Atlântico Nordeste até aos mares Mediterrâneo e Adriático. As gónadas de ouriço-do-mar são consideradas uma iguaria em muitos países Europeus, Chile, América do Norte e Ásia. Os ouriços-do-mar enfrentam grandes pressões por actividades relacionadas com a pesca, devido à grande procura pelas suas ovas, o que tem levado os stocks naturais a um estado de exaustão. Uma solução plausível para atenuar a situação atual dos stocks naturais consiste em estabelecer uma aquacultura sustentável de P. lividus, de forma a evitar a sua sobre-exploraçãoe talvez melhorar a qualidade e o conteúdo das suas gónadas. Consequentemente, surgiu a necessidade de estudar a dieta destes ouriços-do-mar e fontes alternativas de alimento. O presente estudo focou o efeito de três dietas no crescimento somático, índice gonadossomático (IG), estádios gametogénicos e reprodução de P. lividus, ao longo de 120 dias. Utilizou-se agar como agente gelificante em todas as dietas, em que a dieta A era composta por milho Zea mays e espinafre Spinacia oleracea, a dieta B por milho, espinafre e bolota Quercus ilex e a dieta C por milho, espinafre e abóbora Cucurbita maxima. Todos os ouriços-do-mar foram submetidos a 44 dias de jejum, para promover a reabsorção gonadal e para reiniciar o ciclo reprodutivo. A dieta A foi a mais bem sucedida, obtendo-se valores mais elevados para peso húmido individual (26,30 ± 4,27 g), diâmetro da carapaça (3,92 ± 0,20 cm) e IG (8,71 ± 2,18 %). Relativamente ao ciclo gametogénico, tanto a dieta A, como a dieta C, promoveram estádios mais avançados. A dieta A apresentou 14% de indivíduos maturos e 36% de prematuros, enquanto a dieta C apresentou 28% de maturos e 17% de prematuros. A dieta B não promoveu nenhum desenvolvimento no ciclo gametogénico, obtendo-se 100% de indivíduos sem desenvolvimento das suas gónadas. Os resultados obtidos neste estudo revelaram que o uso de vegetais terrestres poderá melhorar o crescimento gonadal de P. lividus (nomeadamente milho e espinafres), demonstrando serem alimentos eficientes para a obtenção de ovas de ouriço-do-mar.