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- Efeito dos modos de preservação da microalga Rhodomonas baltica (Karsten, 1898) no cultivo do copépode Acartia tonsa (Dana, 1849)Publication . Pinto, Henrique José Jesus; Leandro, Sérgio Miguel Franco Martins; Marques, Sónia Cristina Ferreira CotrimA alimentação em maternidades de aquacultura para primeiros estádios de vida das larvas marinhas ainda depende de alimento vivo (fitoplâncton e zooplâncton). As microalgas são utilizadas não só como fonte direta de alimento para diversas fases larvares marinhas, como também na produção de zooplâncton, como por exemplo, rotíferos, artémia e copépodes que posteriormente são fornecidos a larvas. Tradicionalmente, a artémia e os rotíferos são usados como alimento vivo contudo, não possuem um perfil nutricional ótimo como alimento para larvas de peixes sendo assim necessário o seu enriquecimento com ácidos gordos. Uma possível solução é a utilização de copépodes, por exemplo Acartia tonsa, organismos que são a principal fonte de alimento natural de larvas de peixe, sendo um alimento rico em ácidos gordos polinsaturados (PUFA) e de fácil cultivo em aquacultura. Dentro das espécies de microalgas usualmente utilizadas como alimento no cultivo de copépodes, Rhodomonas spp. é referida essencial como alimento para espécies de Acartia. Contudo, o cultivo desta microalga pode ser problemático devido à sua instabilidade, estando propensa à morte repentina da mesma, levando a prejuízos para as instalações. Assim sendo, é necessário encontrar alternativas ao modo de preservação desta microalga, de fácil administração e longo armazenamento, levando assim á simplificação e melhoramento dos protocolos de alimentação nos cultivos de copépodes. Assim sendo, o presente estudo caracterizou-se pela observação do efeito do modo de preservação da microalga Rhodomonas baltica - viva, congelada e liofilizada, na taxa de eclosão de ovos, crescimento, sobrevivência, desenvolvimento das fases do ciclo de vida e na produção de ovos em copépodes calanóides A. tonsa, sendo também analisado o perfil bioquímico (ácidos gordos e lípidos totais) das três diferentes dietas. Observou-se assim que a microalga viva leva a melhores efeitos na taxa de eclosão, sobrevivência, desenvolvimento, biomassa total e produção de ovos, quando comparado com as dietas com microalga congelada e liofilizada, podendo assim afirmar que é essencial efetuar cultivos de microalga viva, Rhodomonas sp., paralelos ao cultivo de copépodes. Contudo, observou-se um maior numero na percentagem de ácidos gordos polinsaturados (PUFA) da microalga R. baltica, no estado liofilizado, levando assim a uma potencial utilização para o sucesso dos processos produtivos em maternidades de bivalves e de peixes que mantenham o cultivo de alimento vivo, mais propriamente de rotíferos.
- Efeito da dieta no crescimento da medusa Phyllorhiza punctataPublication . Duarte, Inês Matos; Marques, Sónia Cristina Ferreira Cotrim; Maranhão, Paulo Jorge de SousaO cultivo de medusas em aquacultura possui diversas potencialidades, nomeadamente na área da investigação científica, considerando o impacto destes organismos nos ecossistemas marinhos, na área da investigação farmacêutica, pelas propriedades do seu veneno, e na área da aquariofilia ornamental, cuja procura tem vindo a crescer recentemente. Contudo, o estudo das necessidades nutricionais e condições ideais de manutenção de medusas em laboratório ainda é bastante recente e necessita de vários avanços técnicos e científicos que permitam o cultivo adequado destes organismos. Neste estudo, foi avaliado o efeito da dieta no crescimento e desenvolvimento de medusas adultas Phyllorhiza punctata, uma espécie emergente no comércio ornamental. As dietas analisadas consistiram no fornecimento de náuplios de artémia (Artemia fransciscana) quatro vezes ao dia, juntamente com uma alimentação diária de papa de mexilhão (Dieta 1, Mytilus edulis), pescada (Dieta 2, Merluccius merluccius) e soja (Dieta 3, Glycine max). A Dieta Controlo consistiu na alimentação exclusiva com náuplios de artémia, quatro vezes ao dia. As experiências tiveram a duração de 62 dias. Os resultados obtidos para o crescimento de todos os indivíduos analisados revelaram um crescimento médio total da campânula superior para as Dietas 1, 2 e 3 (5,22 ± 2,44cm, 4,99 ± 2,14cm e 5,32 ± 2,87cm, respetivamente), quando comparadas com a Dieta Controlo (3,04 ± 1,91cm), com diferenças estatisticamente significativas apenas entre a Dieta Controlo e as Dietas 1 e 2 (Kruskal-Wallis, p-value=0,039; Teste de Dunnett, p-value<0,05), embora a Dieta 3 apresente um crescimento médio total relativamente superior a estas. Porém, devido à semelhança do crescimento obtido para as Dietas 1, 2 e 3 nesta análise, não existem diferenças estatisticamente significativas entre as mesmas (p-value>0,05). Na análise do crescimento excluindo as medusas deformadas, a Dieta Controlo é novamente a que proporciona um menor crescimento (4,24 ± 2,15cm), e apresenta diferenças estatisticamente significativas com as Dietas 1, 2 e 3 (6,73 ± 2,34cm, 5,96 ± 1,28cm e 8,52 ± 2,43cm, respetivamente) (ANOVA, p-value=0,04; Teste de Dunnett, p-value<0,05). Apesar de não existirem diferenças significativas entre as Dietas 1, 2 e 3 (p-value>0,05), é evidente uma maior divergência de crescimentos entre as mesmas, comparativamente à análise de todos os indivíduos. A Dieta 3 é a que proporciona um maior crescimento da campânula, sucedida pela Dieta 1 e pela Dieta 2. Na análise do efeito da dieta no desenvolvimento morfológico, foram observadas características morfológicas típicas desta espécie no meio selvagem, como o aparecimento das pintas brancas e da coloração azul e acastanhada na campânula, a fisionomia dos braços orais e o desenvolvimento dos tentáculos azuis. A percentagem de indivíduos com a coloração acastanhada da campânula não apresentou associação estatisticamente significativa com a dieta fornecida (Qui-Quadrado, p-value=0,051). No entanto, foi demonstrada uma associação estatisticamente significativa entre a dieta e a percentagem de indivíduos com a coloração azul, presente entre a Dieta 3 e a Dieta Controlo (Qui-Quadrado, p-value=0,027). Na análise do aparecimento e desenvolvimento das restantes características morfológicas é possível verificar uma precocidade no aparecimento das mesmas para a Dieta 3 (tal como para a coloração azul), assim como um desenvolvimento mais rápido e uma morfologia mais representativa da espécie no meio selvagem. Estes resultados sugerem que esta espécie possui a capacidade de se alimentar de matéria orgânica de origem animal e vegetal, o que representa um contributo importante para o aperfeiçoamento das técnicas de cultivo e nutrição de medusas em aquacultura. Porém, são necessários mais estudos para compreender as necessidades nutricionais das medusas, assim como o efeito da dieta no crescimento e morfologia das mesmas.