Browsing by Author "Sabino, Raquel Maria Bernardino"
Now showing 1 - 2 of 2
Results Per Page
Sort Options
- AS BARREIRAS E OS FACILITADORES À PRÁTICA DE EXERCÍCIO FÍSICO NA PESSOA IDOSA INSTITUCIONALIZADA COM DIABETES, NA REGIÃO DE LEIRIAPublication . Sabino, Raquel Maria Bernardino; Rosa, Marlene Cristina Neves; Ferreira, Luís Miguel EvaIntrodução: As pessoas idosas institucionalizadas estão entre as mais frágeis da população (1), praticando níveis reduzidos de exercício. O exercício físico é uma ferramenta eficaz na melhoria da saúde e na prevenção de condições crónicas relevantes nesta população, como a diabetes mellitus, contribuindo para retardar a dependência funcional e a perda da capacidade física e cognitiva (2). A prática de exercício físico pode ser influenciada pela perceção das barreiras e dos facilitadores associados (3). Deste modo, identificar e compreender estes determinantes é importante para promover a mudança do comportamento sedentário na população idosa, sobretudo se institucionalizada e com reduzida funcionalidade. A literacia em saúde desempenha um papel significativo na adoção de comportamentos saudáveis e na autogestão de condições de saúde, como a diabetes (4). Contudo, existem poucos estudos que investiguem os determinantes (barreiras/facilitadores) que influenciam a prática de exercício nesta população (5) e, se existe alguma relação com a literacia em saúde e o desempenho funcional. Objetivos: Este estudo teve como objetivo identificar e caracterizar os desafios, as barreiras e os facilitadores à prática de exercício físico percecionados pelas pessoas idosas institucionalizadas com diabetes, na região de Leiria, além de determinar possíveis relações com a literacia em saúde e o desempenho funcional. Metodologia: Foram incluídos 27 participantes, com diagnóstico de diabetes e institucionalizados. Utilizou-se uma metodologia mista, conduzida ao longo de 3 fases, em 5 instituições na região de Leiria, no período de fevereiro a abril de 2024. Numa primeira visita, foram aplicados o questionário de dados sociodemográficos e clínicos e o questionário de literacia em saúde versão reduzida de 16 questões do European Health Literacy Survey (valores de 0 a 8 – nível inadequado; valores de 9 a 12 – nível problemático e valores de 13 a 16 – nível suficiente) que permitiu distribuir os participantes em 3 grupos de acordo com os níveis de literacia em saúde. Na segunda fase, foram conduzidas entrevistas semiestruturadas online, entre as instituições, utilizando os 3 grupos focais previamente determinados. Na terceira fase, recorreu-se à Escala de Benefícios e Barreiras do Exercício, para caracterizar quantitativamente a perceção das barreiras e dos benefícios associados à prática de exercício e, ao Short Physical Performance Battery para a avaliação do desempenho funcional (valores de 0 a 3 – incapacidade ou desempenho muito mau; valores de 4 a 6 – desempenho baixo; valores de 7 a 9 – desempenho moderado e valores de 10 a 12 – desempenho bom). Resultados: Participaram 9 pessoas do sexo feminino e 18 do sexo masculino, com idades compreendidas entre os 72 e os 97 anos. Os resultados revelaram que 40.7% dos participantes apresentaram um nível inadequado de literacia em saúde e 33.3% um nível problemático. As principais barreiras identificadas pelos grupos focais com níveis de literacia em saúde problemático e suficiente foram a dor e a fadiga, já as limitações físicas foram mais mencionadas pelo grupo focal com nível de literacia inadequado. O cansaço, a perceção do exercício como uma perda de tempo, a dificuldade em realizar exercício e a conveniência dos locais foram identificadas através da análise quantitativa. Por outro lado, os facilitadores mais reconhecidos pelo grupo focal com nível de literacia em saúde suficiente foram os sentimentos positivos e o apoio social, e a melhoria da mobilidade pelo grupo focal com nível de literacia inadequado. Adicionalmente, pela análise quantitativa das perceções foram identificados o gosto pela prática de exercício e a melhoria da saúde física e mental. Os resultados sugeriram uma correlação positiva moderada (ρ= 0.481) e estatisticamente significativa (α <0.05) entre o nível de literacia em saúde e a perceção dos benefícios e das barreiras à prática de exercício. Também foi encontrada uma correlação positiva forte (ρ=0.780; α <0.001) entre o desempenho funcional e a literacia em saúde. Alguns desafios para a gestão do cuidado nesta população foram identificados através da análise qualitativa, nomeadamente a perceção negativa da condição de saúde e a falta de reconhecimento do exercício como estratégia para a gestão e tratamento da diabetes. Conclusão: Conclui-se que para o desenho e implementação de programas de exercício nas pessoas idosas institucionalizadas com diabetes, deverá considerar-se barreiras, como a dor, a fadiga e a capacidade funcional, e incorporar facilitadores, como o envolvimento de familiares e amigos, para aumentar a motivação e garantir a adesão contínua a esses programas. Salienta-se ainda o papel determinante da literacia em saúde e do desempenho funcional na perceção das barreiras e facilitadores à prática de exercício, com uma tendência para idosos com níveis de literacia suficiente e bom desempenho funcional a demonstrarem perceções mais positivas à prática de exercício. Apesar dos resultados promissores, o estudo reconhece limitações metodológicas, como o tamanho reduzido da amostra.
- A Prática Baseada na Evidência em Portugal : a perceção dos fisioterapeutas sobre os seus conhecimentos, comportamentos, atitudes, competências e as barreiras e facilitadores associadosPublication . Pereira, Aníbal Manuel Melo; Agrela, Catarina Silva; Sabino, Raquel Maria Bernardino; Pedro, Sara Filipa AntunesIntrodução: A integração da evidência na fisioterapia tem sido fomentada através do conceito de prática baseada na evidência (PBE). No entanto, no que respeita a Portugal, foi encontrada pouca informação atualizada e publicada relativamente ao tema. Objetivos: Descrever a perceção dos fisioterapeutas relativamente às atitudes, comportamentos, conhecimentos e competências dos mesmos em Portugal, bem como as barreiras e facilitadores que estes identificam face à implementação da PBE. Metodologia: Consistiu na construção e divulgação de um questionário de auto-preenchimento pelos fisioterapeutas com formação base em Portugal e habilitados a exercer neste país. A amostra do presente estudo incluiu 220 respondentes, tendo sido recolhida informação relativamente às perceções dos fisioterapeutas acerca da PBE e os seus dados sociodemográficos. Para a análise estatística foi utilizado o software IBM® SPSS® Statistics® v.23, com o intuito de analisar as frequências de todas as afirmações/questões e estabelecer associações entre diferentes variáveis. Resultados: Os resultados demonstraram que 95,9% dos respondentes consideraram a aplicação da PBE necessária na fisioterapia e 83,1% afirmaram utilizá-la na prática clínica. Verificou-se ainda que 99,5% afirmaram compreender o termo PBE e que a maioria considera ter competências neste âmbito. A carga de trabalho elevada e o tempo insuficiente foram as barreiras mais assinaladas e o interesse e motivação e a disponibilidade de recursos de informação foram os facilitadores mais identificados. Discussão e conclusão: Os fisioterapeutas apresentaram uma atitude positiva face à PBE, referindo ser pertinente o uso desta na prática. Apesar de se ter constatado uma elevada auto-perceção acerca da utilização e compreensão da PBE, verificou-se que uma percentagem considerável assumiu não integrar a melhor evidência com as preferências dos utentes e a experiência profissional.