Browsing by Author "Pinheiro Ferreira, Thayna"
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- Tradução queer ou o uso de linguagem não-binária na legendagem e dublagem da série HeartstopperPublication . Pinheiro Ferreira, Thayna; Pimentel, JanineAo desestabilizar binarismos e dar visibilidade a identidades dissidentes, a tradução queer (Lewis, 2010; Baer e Kaindl, 2017; Baer, 2021; Larkosh, 2022) questiona normas linguísticas, sociais e tradutórias. Uma forma de identificar se existe uma ruptura efetiva com as referidas normas é através da análise da linguagem usada na tradução. Por exemplo, se a linguagem não-binária presente em um texto audiovisual for traduzida única e exclusivamente por meio de linguagem pertencente à norma padrão do português brasileiro, em princípio, tal tradução não poderá ser considerada queer. Neste sentido, o presente trabalho busca entender se a tradução para dublagem e legendagem da série Heartstopper da Netflix pode (ou não) ser considerada uma tradução queer. Partimos do pressuposto que, se as traduções recorrerem a uma linguagem não-binária ou a uma linguagem inclusiva, então estão desestabilizando a matriz cisheteronormativa e serão traduções queer. Com base em um pequeno corpus de cinco cenas da série, observamos as oportunidades de resistência à norma padrão com as quais as pessoas tradutoras da Netflix se depararam e concluímos que na sua esmagadora maioria existe um esforço para manter as referências às identidades queer através do recurso à linguagem não-binária e sobretudo à linguagem inclusiva. As nossas descobertas mostram ainda que, por um lado, há espaço para um uso mais frequente de estratégias de tradução queer. Por outro lado, corroboram a ideia de Martinez (2024) segundo a qual as orientações dos serviços de streaming, como a Netflix, representam atualmente as normas progressistas da tradução audiovisual.