Name: | Description: | Size: | Format: | |
---|---|---|---|---|
6.79 MB | Adobe PDF |
Advisor(s)
Abstract(s)
Neste trabalho são analisadas as contribuições do ambiente térmico, do ambiente acústico, do
ambiente visual e da qualidade do ar para a perceção global da qualidade ambiental de um espaço
interior. Os resultados obtidos repercutem a perceção humana após um tempo de exposição
prolongada ao mesmo ambiente. Todos os ensaios efetuados, ao longo de cerca de dois anos,
decorreram em contexto de sala de aula, no Campus de uma instituição de ensino superior e em
edifícios naturalmente ventilados. Verificou-se que, nas condições referidas, é possível prever a
perceção global de qualidade do ambiente interior com base em apenas três das quatro variáveis
mencionadas: Conforto Térmico, Conforto Visual e Conforto Acústico.
Para cada uma destas variáveis é possível determinar os respetivos voto médio previsível e percentagem
previsível de insatisfeitos em função de um conjunto de variáveis físicas objetivamente mensuráveis.
No caso do ambiente térmico verificou-se que o voto médio previsível, calculado de acordo com as
correspondentes normas internacionais, apresenta boa concordância com o conjunto de resultados
obtidos. No caso da percentagem previsível de insatisfeitos com o ambiente térmico, é proposta uma
nova metodologia para a obtenção deste índice que apresenta vantagens ao nível da interpretação física
dos resultados obtidos.
Ainda no âmbito do conforto térmico, foi efetuada uma análise detalhada da aplicação do standard de
conforto térmico adaptativo. Verificou-se que num contexto em que o nível de atividade metabólica é
constante para toda a população, são as mesmas variáveis que influenciam o nível de isolamento
térmico do vestuário que também influenciam a temperatura interior de conforto e exatamente nas
mesmas ponderações. Com base nas conclusões obtidas, é proposta uma nova metodologia para o
cálculo da temperatura interior de conforto adaptativo. É ainda proposto um novo índice de
temperaturas: A Razão de Equivalência Térmica, concebido para a regulação de temperatura em
edifícios naturalmente ventilados e edifícios híbridos.
Nos casos dos conforto acústico e conforto visual, foram desenvolvidos dois índices do Voto Médio
Previsível e Percentagem Previsível de Insatisfeitos, respetivamente para cada um destes. Em ambos os
casos, o Voto Médio Previsível é obtido com base em grandezas físicas medidas localmente.
No caso da perceção de qualidade do ar interior e nestas condições de exposição longa duração, não foi
possível identificar um conjunto de grandezas físicas que permitam estimar o Voto Médio Previsível
respetivo. É possível no entanto estimar a Percentagem Previsível de insatisfeitos com a qualidade do ar
apenas com base no voto médio observado para esta perceção. A formulação matemática
correspondente é apresentada, conjuntamente com as demais. Ainda no âmbito da perceção de qualidade do ar, foram identificados alguns efeitos que se supõem
estar associados à matriz de distribuição espacial humana e que provocam alterações nas ponderações
com que as perceções de ar viciado e de odores influenciam o voto médio de qualidade do ar.
Em ensaios realizados em condições de exames finais, verificou-se que os "estados de alma" (traduzidos
pela autoavaliação da performance face às expectativas iniciais) não influenciam as avaliações
individuais de perceção da qualidade de cada um dos ambiente considerados nem tão pouco a avaliação
global efetuada ao ambiente interior no seu todo.
Verificou-se que todas as quatro perceções do ambiente interior, bem como a perceção global do
mesmo, possuem uma matriz comum da curva de percentagem previsível de insatisfeitos em função do
voto médio respetivo, quando este é expresso em escala unipolar.
Description
Tese de Doutoramento em Engenharia Mecânica, na especialidade de Aerodinâmica,
apresentada à Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra para
obtenção do grau de Doutor
Keywords
Citation
Publisher
Universidade de Coimbra. Faculdade de Ciências e Tecnologia. Departamento de Engenharia Mecânica