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- Biomassa de algas vermelhas: caracterização química e bioatividadesPublication . Inácio, Leonardo Daniel Garcia; Mouga, Teresa Margarida Lopes da SilvaO ambiente marinho apresenta uma grande diversidade de organismos e condições abióticas. Dentro dos organismos marinhos com maior distribuição e diversidade, encontram-se as algas. Estas apresentam diversas características que as tornam interessantes do ponto de vista económico, sendo tradicionalmente utilizadas como alimento, incorporadas em ração para animais e fertilizante. Estes usos tradicionais despertaram o interesse da comunidade científica que, cada vez mais se dedica ao estudo destes organismos. Dentro das algas, as algas vermelhas (Rhodophyta) apresentam um grande número de espécies e estão presentes em diversos tipos de ecossistemas sobretudo marinhos, sendo conhecidas por produzirem ficobiliproteínas responsáveis pela sua cor avermelhada. Dentro das Rhodophyta, o Sphaerococcus coronopifolius (ordem Gigartinales) e a Jania rubens (ordem Corallinales) são duas algas muito abundantes na costa portuguesa, cujo conhecimento é, ainda, relativamente limitado. Quanto à caracterização do seu perfil nutricional, o S. coronopifolius apresentou maior teor de humidade, proteína, matéria gorda e hidratos de carbono, e a J. rubens apresentou o maior conteúdo de cinzas, 79,79% peso seco (DW), em parte devido ao seu revestimento calcário. Neste campo é de destacar o baixo conteúdo em matéria gorda apresentado pelas duas espécies, assim como o elevado conteúdo em hidratos de carbono, 40,23 % DW do Sphaerococcus coronopifolius. Relativamente aos pigmentos, o S. coronopifolius, em geral, apresentou maior conteúdo em ficobilinas, sendo o melhor processo/solvente de extração variável consoante a espécie. Já no caso da clorofila a e dos carotenoides, o destaque positivo vai para a Jania rubens. Ambas as espécies apresentam diferentes rendimentos de extração para cada solvente, sendo que a extração aquosa apresentou o maior rendimento nos dois casos. Ao analisar as bioatividades dos extratos aquosos verificou-se um maior potencial de redução do radical DPPH pelo extrato de S. coronopifolius, contudo, o grande destaque vai para a Jania rubens com 99,65 % de inibição do radical ABTS. Já nos polifenóis totais, o estrato aquoso do S. coronopifolius apresentou maior quantidade (0,67 mg GAE.g−1). Foi detetado potencial antimicrobiano contra B. subtilis, no entanto, não houve atividade contra E. coli nem S. cerevisiae, para nenhuma das duas espécies. Os resultados conseguidos neste trabalho permitem melhorar o conhecimento destas espécies que ainda é escasso, especialmente quanto ao perfil nutricional. Pode ainda despertar o interesse de estudos mais aprofundados, e interesse industrial na aplicação destas espécies na área alimentar e farmacêutica.