Browsing by Author "Carvalho, Ana Filipa da Silva"
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- Potencial neuroprotetor de compostos naturais marinhos de macroalgas num modelo celular da doença de AlzheimerPublication . Carvalho, Ana Filipa da Silva; Silva, Joana Rita Martins da; Alves, Celso Miguel da Maia; Pedrosa, Rui Filipe PintoO aumento da esperança média de vida tem levado ao aumento da população idosa, originando uma prevalência de doenças neurodegenerativas, incluindo a doença de Alzheimer. Até ao momento, não foi encontrado um tratamento eficaz contra esta e, por isso, é importante procurar novas soluções terapêuticas. Assim, o objetivo desta dissertação foi implementar um modelo de stress oxidativo induzido com peróxido de hidrogénio (H2O2) em células SH-SY5Y e avaliar o potencial protetor de compostos marinhos isolados de macroalgas, assim como os biomarcadores associados aos efeitos neuroprotetores demonstrados. Os compostos foram isolados por técnicas cromatográficas, cujas estruturas foram elucidadas por 1H-RMN e GC-MS. A capacidade anti-enzimática dos compostos foi avaliada na atividade da enzima AChE e BACE-1. A citotoxicidade do H2O2 (1 – 10 000 μM) e dos compostos (0,01 – 100 μM) foi avaliada nas células SH-SY5Y, após 24 h de incubação, e os efeitos foram estimados pelo método MTT. A avaliação do potencial neuroprotetor foi avaliada através da indução de citotoxicidade com o H2O2 (200 μM). De modo a compreender as vias de sinalização envolvidas na atividade citoprotetora, biomarcadores celulares foram estudados, nomeadamente quantificação de espécies reativas de oxigénio, alterações do potencial de membrana mitocondrial e atividade da Caspase-3. Foram isolados três compostos identificados como eleganolone, loliolide e sphaerococcenol A a partir das macroalgas Bifurcaria bifurcata, Codium tomentosum e Sphaerococcus coronopifolius. Para além destes, três compostos hemi-sintéticos análogos do sphaerococcenol A (compostos 1, 5 e 6) foram também estudados. Foi utilizado ainda o D-manitol e o α-tocoferol. Em relação à atividade enzimática, a maioria dos compostos apresentaram capacidade de inibição da enzima BACE-1. Contudo, nenhum composto apresentou capacidade de inibição da enzima AChE. Nos ensaios de citotoxicidade o H2O2 (100 – 10 000 μM) demonstrou reduzir entre 40-50% a viabilidade celular. Na presença dos compostos às concentrações não tóxicas, verificou-se que o sphaerococcenol A, composto 6 e D-manitol sem pré-incubação e quando pré-incubado apresentaram capacidade de reduzir a citotoxicidade. No que respeita ao estudo dos mecanismos de ação, verificou-se que o tratamento induzido com H2O2 causou aumento da atividade da Caspase-3, que foi revertido, mais marcadamente, pelo composto 6. Os compostos sphaerococcenol A e D-manitol com pré-incubação preveniram a diminuição da disfunção mitocondrial induzida pela exposição ao H2O. No ensaio de produção de espécies reativas de oxigénio, não se verificou diferenças estatísticas entre os compostos e o H2O2. Em suma, os resultados demonstraram o potencial dos compostos sphaerococcenol A, composto 6 e D-manitol como os mais promissores, diminuindo a atividade da enzima BACE-1 e apresentando efeito citoprotetor nas células neuronais contra o H2O2. Este efeito pareceu ser mediado por redução da atividade da Caspase-3 e prevenção da alteração do potencial de membrana mitocondrial. Os dados indicam assim que estes apresentam potencial como agentes terapêuticos em células do neuroblastoma humano, podendo ser considerados para a realização de mais estudos de modo a compreender o seu potencial terapêutico no tratamento da DA.
