Name: | Description: | Size: | Format: | |
---|---|---|---|---|
1.1 MB | Adobe PDF |
Authors
Advisor(s)
Abstract(s)
Nos tempos que correm, tem-se registado um aumento de diferentes movimentos migratórios como, por exemplo, permanentes, temporários, laborais, familiares e forçados, que originaram um aumento da diversidade de grupos existentes na sociedade nacional. Neste sentido, para além da diversidade que se encontrava em cada sociedade, derivada de diferentes faixas etárias, géneros e classes, é possível encontrar outros tipos de diversidade, nomeadamente a nacionalidade, a étnico-cultural, entre outros. É necessário compreender que as identidades deixaram de se encontrar exclusivamente ligadas aos marcadores tradicionais, transformando-se em identidades dinâmicas e mestiças, que se alteram com o passar do tempo e nos diversos contextos (Marques, Vieira & Vieira, 2020).
As crianças e jovens estrangeiros não acompanhados representam um importante nível dos fluxos migratórios, ou seja, da violação dos direitos humanos, da falta de acesso à educação, dos conflitos, entre outros. Assim, como estas crianças e jovens possuem idades inferiores aos 18 anos, é necessário providenciar-lhes proteção, e como tal, têm sido desenvolvidas e implementadas diversas iniciativas e medidas, bem como, criadas respostas sociais que promovam os seus direitos e proteção e salvaguardem o seu bem-estar e desenvolvimento integral (Pereira, 2021).
A mediação intercultural representa uma privilegiada estratégia para abordar contextos multiculturais, como é o caso do acolhimento de crianças e jovens estrangeiros não acompanhados, uma vez que, adota uma perspetiva de interculturalidade que se desenvolve “[…] num campo de ação muito mais amplo, completando o aspeto relacional (comunicação e interação) com uma configuração transformadora […]” (Marques, Vieira & Vieira, 2020, p. 23). Esta transformação decorre da compreensão de ambas as partes e do conhecimento profundo do outro, favorecendo um diálogo entre pessoas diferentes, que apresentam diferentes culturas, histórias, opções e projetos de vida.
O desenvolvimento e a construção identitária para além de decorrerem de múltiplos processos relacionais, também são resultado de processos intrínsecos, ou seja, intrapessoais (Costa, Vieira & Santos, 2018). Assim, a mediação intrapessoal possibilita um espaço que prioriza a experimentação, simulação e educação para a convivência (Pinto, 2023), onde as crianças e jovens estrangeiros não acompanhados podem colocar em diálogo o seu passado e presente (Vieira, 2009).
A fim de compreender a gestão identitária e a construção de projetos de vida de crianças e jovens estrangeiros não acompanhados, bem como o papel da mediação intercultural e intrapessoal nos mesmos, entrevistei três jovens acolhidos na Casa de Acolhimento Especializado, da Confraria de Nossa Senhora da Nazaré e a diretora técnica dessa resposta social.
Description
Keywords
Crianças e jovens estrangeiros não acompanhados Mediação intercultural e intrapessoal Identidades dinâmicas Projetos de vida