Pires, Fernando Alípio BrízioJosé, Filipa Alexandra de Oliveira2021-11-022021-11-022013-01-11http://hdl.handle.net/10400.8/6290No mundo, a maioria dos objectos construídos pelo homem estão predestinados a cumprir funções específicas. Estes objectos habitam o nosso mundo e a nossa casa com propósitos concretos, habitualmente funcionais, projectados para cumprir as nossas necessidades primárias enquanto seres humanos. Esses são os princípios básicos que definem o desenvolvimento de um objecto utilitário. Contudo, existem outros factores que influenciam a nossa preferência por determinados objectos, e estes por vezes não exercem funções particularmente essenciais nas nossas vidas, nem têm um propósito específico a fim de concretizar uma actividade diária. Tais objectos são muitas vezes considerados sem utilidade. Este trabalho pretende dar forma a objectos que ultrapassam a questão da funcionalidade e apontam para outra dimensão. Esta dimensão corresponde às necessidades humanas do foro emocional. Trata-se de objectos que apelam ao conforto emocional, que despoletam sentimentos, que provocam curiosidade e reflexão. Objectos com os quais criamos um elo relacional, que passamos a considerar parte da nossa família e da nossa casa, que ganham outro estatuto na nossa vida: o de objecto de companhia. Sendo o contexto local de projecto a cidade das Caldas da Rainha, o tema cresceu sob influência da conhecida loiça das Caldas e da cerâmica Bordalo Pinheiro. O rumo que estas influências ditaram, criou uma linha condutora que direccionou o projecto para a temática dos animais e a exploração da sua forma por meio da manipulação manual da cerâmica. Os animais, enquanto seres vivos activos e animados, propagam a interacção com as pessoas. A afectividade dessa relação dá espaço para imaginar histórias, dinâmicas e muitos tipos de situações engraçadas, muitas delas irreais. O tema aqui explorado serve-se desse diálogo para criar situações de cumplicidade entre os objectos e as pessoas e estabelece uma relação entre o animal de companhia e o objecto, utilizando a forma animal como veículo para lhe atribuir traços de carácter. O que é proposto é a conformação de objectos em cerâmica que encarnam o estatuto de objectos de companhia através de formas animais, que pretendam incutir emoções e criem ligações sensitivas, afectivas e cognitivas com o observador. Este universo animal joga como uma ponte entre o real e o irreal, e estes personagens enquanto intrusos que pretendem invadir a casa e convidar as pessoas a questionar e imaginar.porDesign, CerâmicaCaldas da RainhaAnimais de companhiaEmoçãoHíbridoZoomorfismoAntropomorfismoAfectoImaginárioBordalo PinheiroBichosProcessoMetodologiaAnimais de companhia: contributos para a cerâmica caldensemaster thesis202782093