Lemos, Marco Filipe LoureiroNovais, Sara CalçadaPedrosa, Rui Filipe PintoCarmona, Ana Marta Ferreira2019-05-282021-04-292019-04-29http://hdl.handle.net/10400.8/3962As invasões biológicas são reconhecidas como uma alteração global de elevada importância e uma das maiores ameaças à biodiversidade aquática e integridade dos ecossistemas. Grateloupia turuturu é uma das 11 macroalgas invasoras documentadas em Portugal e na Galiza e a sua distribuição geográfica aumenta de ano para ano. Está também documentada a sua riqueza em polissacáridos, incluindo sulfatados, que representam uma vasta oportunidade para aplicações biotecnológicas. No âmbito do projeto AMALIA – Algae-to-Market Lab IdeAs –, financiado pela União Europeia, e numa abordagem focada para a indústria, extrações desta alga foram levadas a cabo, com recurso a baixos volumes de água e etanol, combinados com tempos de extração curtos, diferentes temperaturas, pH e rácios sólido-líquido. Os extratos mais promissores para a potencial incorporação em formulações cosméticas foram escolhidos após duas otimizações baseadas em Metodologia de Superfície de Resposta e com avaliação do rendimento de extração, da capacidade antioxidante in vitro e da absorvância UV. Os extratos selecionados foram então testados num simulador solar, com recurso à linha celular 3T3 para a determinação da sua potencial atividade fotoprotetora. No total, foram testados 30 extratos para otimizar as condições de extração com atividades mais promissoras. Destes, 6 condições foram testadas: 3 solventes diferentes (etanol 50%, etanol 25% e água), 3 temperaturas diferentes (20, 30 e 100°C), 3 pH diferentes (4, 7 e 9), 3 tempos de extração diferentes (20, 60 e 100 minutos) e 2 rácios sólido-líquido (1:10 e 1:40). O rendimento é superior nas extrações aquosas (43,370% e 50,841%), a absorvância UV é superior em extratos 50% etanólicos (5,823 e 4,060), bem como a atividade antioxidante testada pelo método de ORAC (153,088 e 102,279 μmol TE/g ext). No que toca aos ensaios celulares, a viabilidade é superior em extratos feitos a temperaturas baixas do que nos seus pares extraídos a 100°C e mantêm uma tendência decrescente à medida que a percentagem de etanol no solvente de extração diminui. No que toca à fotoproteção, os extratos mais promissores são dois extraídos com etanol 25% e um aquoso, com 38,7%, 33,2% e 32,4% de viabilidade celular (respetivamente) vs 6.0% de viabilidade celular do controlo negativo. O extrato 4 (etanol 25%, 20°C, pH 4, durante 100 minutos e rácio sólido-líquido de 1:10) aparenta ser o extrato mais promissor para posterior aplicação na indústria da fotoproteção, com 33,2% de viabilidade celular no ensaio de fotoproteção e 78,5% no ensaio de citotoxicidade. Contudo, o extrato 3 é relevante para a fotoproteção, pois mantém a morfologia celular o mais próximo da normalidade e mantém 38,7% de sobrevivência celular neste ensaio. São, no entanto, necessários testes adicionais para determinar os mecanismos de morte celular em citotoxicidade e de proteção na fotoproteção. Desta forma, este trabalho contribui para a transformação de uma ameaça numa oportunidade, utilizando um organismo invasor da costa noroeste portuguesa para o desenvolvimento de novos produtos, que pode ser recolhido diretamente da natureza, com processos direcionados para a indústria, diminuindo custos e ajudando na restauração do ecossistema.engBiotecnologia azulalgas invasorasprodutos “amigos” da indústriaeconomia circularfotoproteçãoBiotechnological potential of Grateloupia turuturu for the cosmeceutical industry – photoprotection screening of optimized extractsmaster thesis202249387