Mangas, Catarina FradeSousa, Joana Conde eSantos, Andreia Vieira Cadima2020-01-062020-01-062019-11-18http://hdl.handle.net/10400.8/4359O ensino religioso é um direito que deve ser facultado a qualquer criança, de modo a permitir um crescimento natural e saudável. É durante este processo de aprendizagem que deverão ser facultadas todas as ferramentas necessárias para que a criança possa aceder à sua língua natural, a língua gestual, apresentadas inicialmente nos primeiros anos de vida. Este é o marco primordial para o seu desenvolvimento linguístico, psicológico e social. Para isto, é necessário que os materiais sejam adaptados e acessíveis a qualquer especificidade apresentada pela criança. Durante anos as crianças surdas não tiveram acesso à sua língua natural, a Língua Gestual Portuguesa, o que conduz à falta de conhecimento, à falta de acesso à educação e a consequências a nível psicológico e social. Muitas foram as batalhas travadas pela comunidade surda para implementar a sua língua natural no ensino, de forma a promover uma identidade, uma cultura, um sentimento de pertença e, não menos importante, promover a aquisição de linguagem e pensamento. Inicialmente apoiadas pela Igreja, esta educação sempre apresentou um défice para a construção deste desenvolvimento pessoal e social. A religião em Portugal é uma constante no dia-a-dia das pessoas e o ensino religioso é tomado como um bem adquirido dentro da comunidade ouvinte, proporcionado pela catequese. A comunidade surda tem pouco conhecimento sobre religião pois nunca acedeu à informação, tanto por falta de catequistas com formação em Língua Gestual Portuguesa, como de materiais acessíveis. A criança surda portuguesa não entende a importância do Santuário de Fátima, não conhece a sua história e nunca irá compreender se a informação não lhe for transmitida. Sendo que a falta de profissionais é uma realidade sempre presente, existe a necessidade de trabalhar em materiais acessíveis que auxiliem e permitam esta comunicação. Neste sentido, iniciou-se o projeto para criar materiais acessíveis a estas crianças, com o objetivo de responder à questão “Como tornar a história das aparições mais acessível a crianças surdas?”. Realizou-se a um estudo exploratório-descritivo, com paradigma qualitativo, cujo objetivo principal foi o de criar um vídeo e um folheto acessíveis a crianças surdas entre os 7 e os 9 anos de idade, com a Língua Gestual Portuguesa como língua natural. Foram selecionadas 5 crianças que visualizaram o vídeo em Língua Gestual Portuguesa e, posteriormente, exploraram o folheto adaptado com base em imagens icónicas, com o apoio do professor. Após a experiência, procedeu-se a um focus group onde foram recolhidos dados e apresentadas algumas questões à turma. Os resultados do estudo mostram que as crianças surdas participantes no estudo respondem positivamente ao estímulo apresentado. Sem conhecimento prévio sobre o tema e uma vez apresentados os materiais acessíveis, as crianças reciprocamente discutiram e interagiram sobre a temática. Além de entusiasmo, estas relevaram compreensão e adaptação às personagens e ao local. Este ponto reforça a necessidade de mais materiais acessíveis direcionados para esta comunidade, e outras, através da aplicação da língua natural, ou ferramentas adaptadas à transmissão de informação. Será necessário um investimento futuro nesta área, e temática, para garantir o sucesso da comunidade surda dentro da comunidade religiosa.porReligiãoComunicaçãoComunicação AcessívelSurdezLíngua Gestual PortuguesaA história das aparições de Fátima contada a crianças surdasmaster thesis202355373