Pombo, Ana Margarida Paulino ViolanteGanhão, Rui Manuel ManetaBacalhau, Natacha Alexandra Moreira2019-05-282021-05-222019-05-22http://hdl.handle.net/10400.8/3964As gónadas de ouriços-do-mar têm sido consideradas cada vez mais uma iguaria na Europa ocidental, tal como já acontecia nos países asiáticos, especialmente no Japão. O elevado valor comercial e a crescente procura têm causado o declínio dos stocks naturais de ouriços-do-mar, como o caso de Paracentrotus lividus (Lamarck, 1846) na Europa. Assim sendo, tem se notado um crescente interesse na aquacultura destes organismos nas últimas décadas. Uma das estratégias é o melhoramento das gónadas através da recolha de adultos, posteriormente mantidos em cativeiro e alimentados com algas ou dietas artificiais, com o objetivo de melhorar o tamanho e qualidade das suas gónadas. Embora vários estudos já tenham comprovado que as dietas artificiais são eficazes em promover o crescimento das gónadas, pouca investigação foi feita com foco na qualidade gonadal. Além do tamanho, a cor, a textura e o sabor são também fatores determinantes relativamente ao valor comercial e à aceitação do produto. Este estudo teve como principal objetivo avaliar a qualidade nutricional e sensorial das gónadas de P. lividus selvagem e melhorado em cativeiro. Para tal, foram recolhidos indivíduos adultos na costa de Peniche (Portugal), que foram mantidos em sistemas de recirculação (RAS), durante 12 (Aqua1) e 6 semanas (Aqua2). Foi administrada, diariamente ad libitum, uma dieta gelificada composta por vegetais terrestres (milho, espinafre, abóbora). No fim de cada ensaio foram realizadas análises biométricas, histológicas, texturais, bioquímicas e sensoriais nos animais selvagens e de cativeiro. O IG foi maior nos selvagens (10 %) do que nos de aquacultura (Aqua1 - 4.90 ± 2.01 %; Aqua2 - 8.59 ± 6.68 %). O ensaio Aqua1 terminou com 50 % dos indivíduos prematuros que é o estádio gametogénico ideal para consumo, enquanto Aqua2 terminou com apenas 30 %. Ambos os ensaios conseguiram produzir gónadas firmes e resilientes, semelhantes aos selvagens. O conteúdo proteico, lipídico e de carotenoides foi superior nas gónadas de Aqua1, contudo as gónadas de Aqua2 apresentaram um melhor rácio ω3/ ω6. No geral, a composição bioquímica foi semelhante entre selvagens e de aquacultura. Os perfis sensoriais não diferenciaram entre ensaios, mas quando comparados com os dos selvagens detetou-se uma menor intensidade em termos de odor e sabor “a mar” e de sabor residual. A nível de cor obteve-se resultados promissores (“laranja vivo”), descartando assim uma das preocupações em utilizar dietas artificiais. As gónadas produzidas pelos dois ensaios foram bem aceites pelos potenciais consumidores e apresentaram menos variância em termos de qualidade, comparativamente às gonadas dos indivíduos selvagens.engmelhoramento de gónadasaquaculturadieta vegetalprodução de gónadastexturateste de aceitaçãoNutritional and sensory quality of wild and enhanced sea urchin roe, Paracentrotus lividus (Lamarck, 1816)master thesis202249425